terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

DAR OU RECEBER?



Durante toda a nossa vida aprendemos que a relação de convivência entre duas ou mais
pessoas baseia-se numa estreita relação de troca.

Baseia-se em dar, oferecer, conceder alguma coisa em troca de receber ou aceitar alguma
coisa, que pode ser de caráter material ou imaterial; concreto ou abstrato; mensurável ou não; ser fruto ou consequencia de uma atitude ou de um sentimento.
Esta relação de troca pode ainda ocorrer de forma harmônica ou de forma antagônica.
Ocorrerá de forma harmônica se a reação for complementar, mesmo que em intensidade
diferente, à ação que a provocou, e ocorrerá de forma antagônica se ocorrer de forma contrária ou em intensidade incompatível com a ação que a provocou. 
Um sorriso respondido com outro sorriso, um abraço com outro abraço, são exemplos harmônicos. 
Uma gentileza respondida por uma grosseria, ou vice versa, é sinônima de reação antagônica que tendem a provocar uma mudança comportamental no ente gerador da ação.
O não pagamento de uma dívida, por exemplo, gera a suspensão do crédito ou de novos fornecimentos. 
A indiferença gera indignação ou provoca animosidade, antepondo-se à intenção inicialmente desejada pela parte geradora da ação. 
E assim por diante. 
Para que uma relação de troca possa ocorrer de forma harmônica é preciso, também, existir certa compatibilidade emocional entre as partes envolvidas, ou ao menos, certa cumplicidade de interesses, e dizer: 
“Alguém precisa querer dar e alguém precisa querer receber”. 
Segundo James Redfield, em sua obra “Profecias Celestinas”, as pessoas, como entes sociais, ao se relacionarem umas com as outras, buscam exercer alguma forma de controle sobre a relação. 

Alimentam-se da energia (metafisicamente falando) uma das outras, fato este que pode facilitar ou que pode dificultar a relação entre elas. 
Esta atitude, natural e negativa, dos homens pode criar antagonismos, ou melhor, incompatibilidades, também naturais, entre os seres de características semelhantes, da mesma forma que pode aproximar pessoas com características diferentes, o que Redfield chamou de “Dramas de Controle”.
Segundo ele, as pessoas ao se relacionarem podem ser divididas em quatro grandes grupos, conforme a postura que adotam.
Podem ser intimidadoras; podem ser distantes; podem ser interrogadoras ou podem adotar uma postura mais defensiva, optando por ser o “coitadinho de mim”. 
Como forças de cargas iguais se repelem e forças com cargas diferentes se atraem, duas pessoas com postura intimidadora sentem dificuldade para se relacionarem, ao passo que uma pessoa intimidadora se sente atraída e realmente necessitando do “coitadinho de mim”.
Cada um, à sua forma, busca drenar a energia do outro, o que pode ocorrer de forma consentida (harmônica) ou de forma conflitante (antagônica). 
Pode ainda ocorrer de forma diferenciada para uma mesma pessoa conforme ela se relaciona com vários indivíduos, e dizer, distante com um, interrogador com outro, etc. 
A correta administração destas energias pelo coletivo consciente pode produzir fenômenos muito positivos (uma sincronicidade), como a egrégora maçônica, por exemplo, onde todos adotando uma posição de doador, acabam por receber muito mais, já que recebem de todos.

Inversamente, quando todos adotam uma postura de recebedor, de “coitadinho de mim”, o ambiente torna-se pesado, desagradável e desconfortável, como num velório, por exemplo, chegando a causar mal estar ao desavisado. 
A exposição ou manutenção deste estado negativo por um coletivo ao longo do tempo acaba por potencializar um fenômeno autodestrutivo nos indivíduos, até como forma de fuga, fazendo aflorar posturas, ou fazendo com que adotem atitudes, socialmente reprováveis. 

Exemplos destas atitudes podem ser cotidianamente observadas em jovens oriundos de lares mau estruturados, indo desde a reprodução de atos violentos (delinqüência juvenil) ao surgimento de transtornos de personalidade. 
Dentre os transtornos de personalidade mais comuns, encontramos: 
O transtorno explosivo intermitente, caracterizado por episódios distintos de fracasso em resistir a impulsos agressivos, resultando em agressões ou destruição de propriedades;
O amor patológico, caracterizado por sintomas de abstinência na ausência do parceiro, onde o indivíduo abandona as atividades antes valorizadas para controlar as atividades do parceiro;  

A cleptomania, caracterizada pelo fracasso recorrente em resistir a impulsos de roubar objetos desnecessários para uso pessoal ou em termos de valor monetário;
A piromania, caracterizada por um padrão incendiário por prazer, gratificação ou alivio de tensão; 
A trocotilomania, caracterizada pelo ato de puxar de forma recorrente os próprios cabelos, como forma de alívio de tensão, acarretando uma perda capilar perceptível;  

O jogo patológico, caracterizado por um comportamento mal adaptativo, recorrente e persistente relacionado a jogos de azar e apostas; 
Automutilação, caracterizado por qualquer comportamento intencional envolvendo agressão direta ao próprio corpo; 
Compras compulsivas, caracterizadas por um excesso de preocupação e desejos relacionados com aquisição de objetos; 
Compulsão sexual, quando o indivíduo necessita cada vez mais sexo para conseguir a mesma satisfação que antes; 
Dependência de jogos eletrônicos ou da internet, caracterizada por uma inabilidade do indivíduo controlar o uso, ou até mesmo da 
Vigorexia, transtorno no qual os indivíduos realizam praticas esportivas continuamente, provocando uma imagem corporal distorcida e uma insatisfação com o próprio corpo. 
Todos estes distúrbios de personalidade, valendo-se dos mesmos critérios descritos por Redfield, são possíveis de tratamento utilizando-se coletivamente o método da doação consentida, que pode ser obtida através da oração (fenômeno associado à recuperação de um delinqüente aprisionado pela prática da religião) ou da adoção de medidas sócio educativas onde o amor e a paciência são ingredientes fundamentais. 
De qualquer forma, o conhecimento e a percepção do “Dar” ou do “Receber” como consequencia natural na relação entre as pessoas, propiciam aos interlocutores uma real possibilidade de crescimento interior e de elevação espiritual.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

POR UMA GESTAÇÃO RESPONSÁVEL

Segundo dados estatísticos estima-se que devam nascer aproximadamente 500 mil novas crianças por ano (de primeira ou segunda gestação) no Estado de São Paulo, sendo quase metade delas nascidas na Região Metropolitana da Capital.

Também, segundo estes mesmos dados estatísticos, estima-se que dentre estas crianças, aproximadamente 50 mil podem apresentar alguma deficiência ao nascer (física, motora, intelectual ou até múltipla), representando algo como 10% da população (o último censo de 2000 indicava um percentual de 14,5% de pessoas com deficiência).

Sabe-se que, na maioria dos casos, estes números de pessoas nascidas com deficiência podem ser consideravelmente reduzidos, algo como entre 60 e 70%, apenas pela aplicação de medidas preventivas, todas elas de baixo custo e de fácil execução, como uma simples consulta médica antes da concepção pelo casal que deseja conceber uma criança.

Nesta consulta o médico poderá fornecer uma orientação aos futuros pais sobre cuidados especiais que devem ser observados, mesmo antes da concepção propriamente dita, como por exemplo: atualizar a lista de vacinas, tipo Rubéola e Tétano, além de outras; realizar os exames de compatibilidade sanguínea; identificar eventuais problemas de ordem genética familiar, etc.

Também, em caráter preventivo, tomar o ácido fólico, nome químico do ácido peteroilglutâmico, pertencente ao grupo das vitaminas B (mais especificamente da vitamina B9), que pode reduzir em até 70% as deficiências provocadas pela má formação do tubo neural e da mielomeningocele, que representam mais de 50% de todas as causas de deficiência conhecidas, excetuando-se aquelas decorrentes do mau atendimento ou de problemas eventuais na hora do parto.

O ácido fólico pode ser obtido naturalmente em vegetais verdes, cereais (principalmente milho velho), frutas, fígado, feijões, gema de ovo, farinha de trigo (decreto governamental).

O ácido tetrahidrofólico, o qual é a forma ativa dos folatos no organismo, atua como uma coenzima em numerosas reações metabólicas essenciais. Têm um papel importante no metabolismo dos aminoácidos, os constituintes das proteínas. Está também envolvido na síntese dos ácidos nucléicos, as moléculas que transportam a informação genética nas células, bem como na formação das células sanguíneas e de alguns dos constituintes do tecido nervoso. O ácido fólico é assim essencial para o crescimento correto e para o funcionamento ótimo do sistema nervoso e da medula óssea.

Recomendações para uma ingestão diária de folatos têm sido formuladas em 27 países, sendo que muitos deles seguem as recomendações do Comitê de Alimentação e Nutrição do Conselho de Investigação Nacional americano. No seu guia de 1989, esta organização já recomendava uma ingestão diária de 20-35 mg de folatos na dieta alimentar para bebês, 50-150 mg para as crianças, 180 mg para as mulheres e 200 mg para os homens. Para cobrir as necessidades acrescidas durante a gravidez e a amamentação, recomendava-se, respectivamente, 400 mg e 260-280 mg por dia. Alguns especialistas, incluindo um grupo sob os auspícios da Organização Mundial de Saúde, recomendavam uma ingestão de 600 mg diários durante a amamentação.

Ocorre que 80 a 90% deste ácido fólico, extremamente instável e sensível ao aquecimento, se perde pelo aquecimento natural da cocção ou manipulação destes alimentos, somando-se ao fato de que quando um produto fica estocado por mais de 3 dias, perde 70% da sua atividade de folato, evidenciando que a simples adição do ácido fólico à farinha de trigo, como manda a lei, não é suficiente para suprir esta deficiência, afinal ninguém come Milho Velho e Cru.

É necessária a suplementação medicamentosa, sempre indicada por um médico responsável, aos futuros país, já que ele acumula além dos conhecimentos técnicos necessários para a prescrição, outros, igualmente importantes, para a manutenção da saúde da criança e da mãe.

Via de regra, a posologia para prevenção recomendada é de 0,4 a 0,5 mg/dia, por via oral, desde 1 mês antes da concepção até a 12ª semana da gravidez.

Reforçando a necessidade de medidas preventivas, repassamos apenas para ilustrar, dados fornecidos pela AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), que informa serem, dos casos de PC (Paralisia Cerebral) registrados, 35% dos pacientes tidos como paraplégicos, 28% tetraplégicos e o restante tidos como hemiplégicos, pessoas com atraso psicomotor, atetóides (pessoas que não controlam certos movimentos) e atáxicos (pessoas que não tem coordenação dos movimentos musculares voluntários), etc.

Torna-se, portanto, urgente investir na prevenção destas ocorrências, basicamente pela divulgação das informações e cuidados necessários para garantir um bom nascimento, em geral desconhecidas da maior parte da população, principalmente a de baixa renda, não se excluindo, contudo, as de classe econômica mais favorecida, igualmente desinformada.

Cabe a cada um de nós fazer a sua parte.

Colabore, ajude na divulgação, encaminhando pessoas de seu conhecimento que desejem ter filhos para uma consulta médica preventiva.

As futuras gerações lhe serão gratas.

Professor Orosco