Aproveitando a oportunidade
que se apresenta neste primeiro de Maio, o dia do trabalho, quando
contabilizamos algo como 14 milhões de pessoas desempregadas no país, gostaria
de colocar aos amigos, como uma triste constatação, a de que, como consequência
inevitável do avanço tecnológico e da respectiva automação na indústria e no
campo, chegaremos brevemente aos 25 milhões de pessoas desempregadas no país.
Ou seja, o que agora se mostra
ruim, irá piorar e muito, independentemente do governo que venha a ser eleito.
A próxima eleição apenas
representará se abrimos o paraquedas para continuar afundando mais devagar ou
se continuaremos em queda livre para o fundo do poço.
Uma trágica realidade que
poderia ter sido amenizada se houvéssemos realizado as reformas educacionais
que décadas atrás já se mostravam
urgentes.
Nada mudou ou mudará nas
próximas décadas, ou melhor, mudará para pior.
Enquanto o mundo fala de
criptomoedas, comunicação quântica, sintetizadores de alimento e oferta de
energia limpa e ilimitada, nós aqui, neste primeiro de maio, continuamos discutindo
se um criminoso, traidor da pátria e da esperança de milhões que o elegeram, acreditando
em suas promessas, deve ou não continuar preso pelos crimes comuns que cometeu contra
o erário e à boa prática de gestão da coisa pública.
Enquanto o mundo avança em
progressão geométrica, nós não só paramos no tempo, como estamos regredido na
construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Uma sociedade em que o
Superior Tribunal declarando-se, não o guardião, mas o intérprete da
Constituição, faz dela um jogo de interesses a serviço de oligopólios e das
forças mais retrógadas que se possa pensar.
Distanciamo-nos
exponencialmente do primeiro mundo.
Pior que isso, esquecemos como
se plantam as batatas, o merecido prêmio dos vencedores.
Um primeiro de maio em que os
sindicatos estão muito mais preocupados em conseguir liminares para continuar
ilegalmente confiscando um dia de trabalho por ano de cada trabalhador, sob a infame
desculpa de que trabalham em seu favor e não em causa de um pequeno grupo de
dirigentes corruptos e muitas vezes ligados ao crime organizado.
Um triste primeiro de maio,
com nada para comemorar.
Professor Orosco