Desde há muito venho discordando da transcrição de um trecho
de uma das principais orações do ecumenismo cristão, O Pai Nosso, recorrente em praticamente todas os
encontros religiosos:
Nesta oração, costuma-se dizer: “Não nos deixei cair em
tentação...” que, particularmente, sempre
preferi compreender e pronunciar como “Não nos deixeis caídos em tentação...”,
considerando que cair é um ato decorrente do processo da aprendizagem para
caminhar (neste caso, em direção ao coração do Pai Celestial).
Faço isto, em concordância com o que foi descrito no
Evangelho de São João 8: 1-11, onde Jesus, ao se negar a condenar a mulher que
lhe fora apresentada como adúltera, reconheceu
que todos são passíveis de cometer pequenos deslizes e que, nem por isso, são
pessoas condenáveis, sendo o importante, neste caso, não persistir no erro.
Faço isto, também, corroborado pelo estudo exegético dos
Textos de Santo Agostinho, De Civitate Dei (A Cidade de Deus) onde, em 9: 1, podemos ver que ele coloca, textualmente:
“Dado não haver fiéis, cuja vida, por irrepreensível que seja, às vezes não
ceda aos instintos carnais e, sem cair na enormidade do crime, no abismo da
libertinagem, não se abandone a certos pecados, raros ou cometidos com frequência
inversamente proporcional à gravidade...”
Assim, ainda que pairem opiniões discordantes, solicito aos crentes
e estudiosos do assunto, uma profunda reflexão sobre o tema, principalmente em
uma época repleta de Fake News e de opiniões xenofóbicas, preconceituosas e
racistas, que nada mais fazem além do que separar irmãos e promover a discórdia
entre os “homens de boa vontade”.
Professor Orosco
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