Ontem à
noite fui classificado como uma pessoa eugenista por defender abertamente a
ideia do controle da natalidade.
Sem ser acusado
de defender posições preconceituosas, do tipo nazista ou teoria similar, que
defende a superioridade de uma raça a outra, fui considerado um “inocente útil”
que não percebe as manobras que estão ocorrendo ao meu redor.
Como diria
Freud ao ser preso pelos nazistas:
Ainda bem
que estão queimando os meus livros; em outra época eu é que estaria sendo
queimado!
O
crescimento vertiginoso do islamismo em todo o mundo, onde um homem pode ter
várias esposas e muitos filhos com cada uma delas, desperta em muitos o temor
de que em poucos anos a Europa venha a se tornar um continente islâmico, assim
como na sequencia os Estados Unidos e o restante do planeta.
De fato, hoje,
boa parte da Ásia, do noroeste africano, das ilhas polinésias, já o é.
Diferentemente
do hinduísmo ou budismo, a teocracia “radical” islâmica sufoca as liberdades
individuais e impõe ao povo uma doutrina alienante e servil, onde a vida humana
tem pouco valor.
Para
contrapor esta possibilidade, as religiões ocidentais incentivam a procriação e
o aumento da natalidade, indiferentes às condições em que ocorre, simplesmente
para que os seus adeptos somem um número maior de votos nos plebiscitos
regionais e com isto afastem o perigo.
Se um
islamita pode produzir vinte descendentes, precisamos superar este número para
continuar governando.
Precisamos
continuar governando para assegurar a democracia.
Precisamos
assegurar a democracia para que nossas palavras não sejam levadas pelo vento ou
sufocadas pela forca da repressão religiosa.
E por aí
vai.
Ocorre, no
entanto, um pequeno problema de ordem matemática com esta solução que, no meu
entender, justifica o título que usei para a presente dissertação.
Até o
início do século XIX a população humana no planeta mal alcançava o primeiro
bilhão de indivíduos e, nos dois últimos séculos, multiplicamos por sete este
contingente.
Como um vírus
que se alastra pelo corpo, ocupamos cada pedaço do planeta desconsiderando suas
limitações e sua capacidade regenerativa frente às agressões que promovemos.
“Estamos
matando a galinha dos ovos de ouro!”
Abandonando
qualquer réstia que nos prende a uma moral vitoriana, no meu entender,
precisamos trabalhar a ideia de que a questão do crescimento da doutrina islâmica
no mundo repousa muito mais no nosso diagnóstico do problema, do “remédio que utilizamos para combater este mal” e da soberba que praticamos ao fazê-lo.
Um povo que
vive abandonado, sofrendo as agruras de uma vida miserável, sem expectativa
evolutiva, que testemunha diariamente os crimes e os abusos (até mesmo
assassinatos) praticados por aqueles que os criticam, acaba fatalmente por
revoltar-se e por aceitar seguir líderes que, de forma demagógica e populista, os defendem.
Antonio
Gramsci alertava, no seus Cadernos do Cárcere, para o fato de que uma vez
destruídos os valores (trincheiras) que sustentam a sociedade e a cultura
hegemônica imposta pelo Capital e pelos “donos das moedas”, o povo, carente de
um objetivo, de um porto seguro para sua jornada, livremente concorda com a
supressão de sua liberdade e aceita um governo totalitário que traga a ordem.
Venceremos
o fanatismo religioso, qualquer que seja ele, se adotarmos uma posição
construtiva, sem meias palavras e com ações práticas para melhorar a qualidade
de vida daqueles que oprimimos para abastecer nossos carros.
Quem
conhece um índio sulamericano sabe muito bem que ele deseja continuar livre e
que também deseja poder usufruir da tecnologia que lhe é oferecida: um bom
hospital, um carro, uma televisão, celular, etc.
Faz parte
da natureza humana a “Lei do Menor Esforço”.
Posições
radicais são normalmente afastadas pelos fastiados e adotadas pelos famintos,
qualquer que seja o regime.
Observe-se o
fenômeno da recente “Primavera Árabe”.
Desde a
primeira Cruzada tentamos combatê-los.
Talvez seja
chegada a hora de ajudá-los.
Professor Orosco