domingo, 16 de dezembro de 2018

QUEM NUNCA COMEU DOCE, QUANDO COME, SE LAMBUZA

Durante décadas vivemos em um país onde o Estado tutelava nossos passos.
Já no Estado Novo, com Getúlio Vargas, sob a égide da proteção contra o regime escravagista vigente, o governo decidiu assegurar por lei alguns direitos, antes que a sociedade civil, de forma organizada, os conquistassem.
Deram migalhas e puniram severamente os que pleiteavam a liberdade de escolha.
Inventaram o 13 Salário, e todo tipo de auxílio, sempre concedidos para aplacar a insurgência latente dos oprimidos.
Chegamos ao Bolsa família, depois do vale leite, da cesta básica, do vale transporte, vale gás, etc.
Permitimos que dirigentes empresariais, interessados em lucros, decidissem o tipo de feijão e a marca de óleo que iríamos consumir.
E aí de quem quisesse um salário digno para comprar o que quisesse.
Nosso governo, permitiu a formação de sindicatos, desde que estes cumprissem as regras impostas.
Greves combinadas, liberdade de associação, mas com contribuição compulsória para todos.
Permitiu que esses instrumentos de defesa da sociedade fossem tomados por quadrilhas e que as verdadeiras lideranças fossem assassinadas, muitas delas com sua ajuda ou mando.
Nunca fiscalizou ou puniu os infratores.
Em todos os governos militares, com a ajuda da força, ajudou a criar castas profissionais desconectadas da realidade nacional, a exemplo do poder judiciário e das associações de classe, promovendo a divisão que Ortega y Gasset já denunciava em sua Rebelião das Massas.
Nunca tivemos uma educação emancipatória, que focasse o empreendedorismo.
Todo o investimento nesta área foi feito para produzir funcionários automatizados, robotizados, reféns do progresso tecnológico.
Mantiveram o país isolado do mundo e permitiram que as inovações e conquistas tecnológicas entrassem no país, a conta gotas, sempre privilegiando o consumo de bens e de inutilitários, tipo videogames.
Mantiveram o controle hegemônico do conhecimento e informação, oferecendo telenovelas e programas de auditório, intercalados por programação religiosa, impedindo ou desincentivando que a população desenvolvesse hábitos como leitura e convívio sócio-comunitário.
Proibiram até as Sociedades Amigos de Bairro, que vez ou outra realizavam festas locais, mas que cobravam do poder público serviços de qualidade.
Transformaram as que sobraram em currais eleitorais de vereadores que, por sua vez, sustentam pseudo lideranças locais, transformadas em seus cabos eleitorais, alguns dos quais se valem da violência para manter seu emprego.
Criaram as facções criminosas ao permitir a corrupção endêmica da justiça e dos presídios.
Criaram o PT e o Chavismo, com o discurso de liberdade, mas com lideranças a serviço do capital internacional. Aqui, sob controle das montadoras, na Venezuela sob controle das 7 grandes petrolíferas.
Todos encabeçados por lideranças populares, demagógicas e sem formação acadêmica ou preparadas para a correta gestão da coisa pública.
E por aí vai.
Agora, diante de tanto descalabro, jogam a culpa nos comunistas, associando-os ao peleguismo e à corrupção que promoveram e institucionalizaram, valendo-se para isso das mesmas instituições que sempre mantiveram o povo submisso.
Fazem isso desde o Estado Novo.
Na idade média eram as bruxas e os hereges, hoje os comunistas.
O engraçado é que nunca explicam o que é realmente um comunista, mas comparam-no ao anticristão, ao comedor de criancinhas, aos governos totalitários, aos que usurpam a propriedade alheia, etc.
Nunca se valem de livros com argumentos sólidos para isso, já que o estudo da sociologia, da filosofia ou mesmo da antropologia virou uma coisa desnecessária, pois seu poder emancipador precisa ser evitado ou controlado.
Valem-se de ícones midiáticos ou de pseudos intelectuais (verdadeiros idiotas) para sustentar uma ideia libertária que, na verdade, é escravagista.
Jogaram, novamente, o povo contra o povo, oferecendo doces e guloseimas, travestidas de halloween, permitindo que se lambuzem e se atolem ainda mais na miséria e na violência.
Agora ....
Agora, o salvador da pátria, em seu cavalo branco, (no melhor estilo Ronaldo Caiado) empunhando a espada da justiça e da moralidade, abençoado pelos neo pentecostais, vai colocar o Brasil nos trilhos...


Professor Orosco

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