segunda-feira, 22 de abril de 2019

A FALÊNCIA DO ENSINO NO BRASIL

Como cobrar resultados de uma população que mal aprendeu a ler ou interpretar textos de baixa complexidade, a começar por aqueles encarregados de ensinar tais atividades. 
Boa parte de nossos professores não sabem ler e escrever, e pior, não querem fazê-lo, contentando-se apenas em reproduzir conteúdos simplistas que podem ser encontrados no Google.
Boa parte deles sequer consulta sites acadêmicos para reforçar seus argumentos em salas de aula.
Junto com a tecnologia, aliando-se a ela, veio a preguiça mental, tornando não apenas a juventude, mas o grosso de nossa população, peritos em Whatsapp e Facebook, mais interessada em opinar do que em se informar acerca daquilo em que emitem opiniões.
Youtuberes substituindo pesquisas e livros, a tal ponto que livrarias e editoras estão simplesmente encerrando suas atividades.
Substituindo ao invés de complementar.
Eu sempre disse que estávamos formando engenheiros que passariam fome, estando em uma roça de mandiocas.
Hoje, acrescento a isso também as batatas, simbolizando a total falência do ensino no Brasil.
Aqui, o total desinteresse pelos "fundamentos" explica as ações liberais dos governos locais que fecham bibliotecas e museus, tidos por desnecessários, na maior parte do país, ressaltando-se porém a heroica resistência de alguns Estados do Norte e do Nordeste que, preteridos do pseudo desenvolvimento industrial, ainda investem maciçamente na formação e na qualidade acadêmica de seus jovens.
Se não repensarmos nossas prioridades, nosso futuro será sombrio.
Durante a Revolução Francesa, Condorcet alertou aos líderes revoltosos que o povo só seria realmente emancipado se tivesse acesso à educação de qualidade.
Foi preso e suicidado por conta disso, tendo sido sua mensagem alterada para assegurar apenas a formação básica a todos e a de qualidade apenas à elite que, bem alimentada, poderia aproveitá-la melhor.
Quase o mesmo que fizemos com Paulo Freire por aqui.
Professor Orosco

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