terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

UMA ROSA PARA A MOCIDADE CAMPEÃ


Assistindo agora a pouco a apuração das notas das escolas de samba da capital de São Paulo, onde a Mocidade sagrou-se novamente campeã, com a mesma pontuação da Rosa observei maravilhado, a dedicação, o amor, a capacidade criativa e inventiva de um exército de operários, anônimos em sua maior parte, em prol de suas comunidades.
Quando olhamos a obra de um artista individual, como Leonardo da Vinci ou como Velázques, cada um expressando o que há de mais profundo e característico na mente do povo e da época dos quais eles emergem, fica fácil classificá-los.
Quando um homem, escapando de todas as categorias, tornando-se um estranho em sua época, carregando seu passado social para um meio ambiente distinto, como o cretense Theotokopoulus, que aprendeu sua arte com os grandes venezianos, transformando-se no imortal “El Greco”, se apresenta ao mundo, igualmente torna fácil o nosso trabalho, quando nos lançamos à tarefa de classificá-lo.
A missão quase impossível é a valoração da grandiosidade da obra, fruto do trabalho de um número quase infinito de mãos, alimentadas por gigantescos corações, de uma multidão de trabalhadores, voluntários, que se esmeram para cuidar de cada detalhe, de cada fantasia, de cada alegoria, de cada escola.
Como uma escultura de gelo, que dura uma estação, uma escultura de areia que dura até a maré cheia, esta obra colossal precisa ser compreendida em pouco mais de uma hora, quando se apresenta ao mundo.
Depois deste tempo, será passado.
Impossível de ser reproduzido, fica imortalizado na memória de quem viu, ouviu, cantou e pulou.
Essa é a beleza do nosso carnaval.
Parabéns a todas as escolas.
São todas campeãs.

Professor Orosco


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