sexta-feira, 1 de março de 2013

COELHINHO DA PÁSCOA QUE TRAZES PRA MIM Um ovo, dois ovos, três ovos, assim..



            Neste próximo dia 31 de Março, comemora-se a Páscoa, onde os cristãos celebram a ressurreição do Cristo.
            Costuma-se festejar a data com a distribuição de ovos de chocolate, que antigamente eram ovos comuns, cozidos e pintados, entregues às crianças.
            A figura do “coelho”, associada à fertilidade, somada à figura do “Ovo”, semente da vida, trazem à lembrança o marco maior da fé cristã, a ressurreição para a vida eterna.
            Como neste período, a reflexão sobre o que somos, ou o que queremos ser, torna-se, ou ao menos deveria tornar-se, uma condição que transcende o materialismo do dia a dia, achei interessante compartilhar um pequeno texto que li.
            Trata-se de uma tradução livre de Paul Deussen de um poema, um hino criacional do Rigveda, o Veda dos versos, do saber dos hinos de louvor, do pensamento hindu, escrito aproximadamente 1500 anos antes de Cristo.

Naquele tempo existia nem o não ser, nem o ser,
Nem ainda o espaço, nem o céu por cima de tudo.
Quem tinha o mundo em sua cabeça, quem o acolhia?
Onde estava o abismo profundo, onde estava o mar?

Naquele tempo não havia nem morte nem imortalidade ainda,
Não havia a noite e nem o dia havia ainda se manifestado.
Soprava sem vento a originalidade
O Um, e fora ele nenhum outro existia.

De escuridão o mundo todo era coberto,
Um oceano sem luz, perdido na noite;
Ali nascia o que estava escondido em uma casca,
O Um impelido pela força incandescente.

Deste surgiu primeiramente,
Como semente do conhecimento, o amor;
O ser deitou raízes no não ser
Os sábios, perscrutando, os impulsos do coração.

Quando eles atravessaram sua linha de medida,
O que estava abaixo e o que estava acima?
Eram suportes de germinação, forças que se agitavam,
Autoposicionados embaixo, tensionados em cima.

No entanto, a quem é dado perscrutar,
Quem captou de onde a criação surge?
Os deuses surgiram no aquém antes desta!
Quem pode dizer, de onde eles provêm?

Ele, do qual a criação foi gerada,
Que sobre ela vela na mais alta luz celeste,
Ele que a fez ou não a fez,
Ele é que sabe – ou também ele não o sabe?”

Professor Orosco

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