Neste próximo
dia 31 de Março, comemora-se a Páscoa, onde os cristãos celebram a ressurreição
do Cristo.
Costuma-se
festejar a data com a distribuição de ovos de chocolate, que antigamente eram
ovos comuns, cozidos e pintados, entregues às crianças.
A figura do
“coelho”, associada à fertilidade, somada à figura do “Ovo”, semente da vida, trazem
à lembrança o marco maior da fé cristã, a ressurreição para a vida eterna.
Como neste
período, a reflexão sobre o que somos, ou o que queremos ser, torna-se, ou ao
menos deveria tornar-se, uma condição que transcende o materialismo do dia a
dia, achei interessante compartilhar um pequeno texto que li.
Trata-se de
uma tradução livre de Paul Deussen de um poema, um hino criacional do Rigveda,
o Veda dos versos, do saber dos hinos de louvor, do pensamento hindu, escrito
aproximadamente 1500 anos antes de Cristo.
Naquele tempo existia nem o não ser, nem o ser,
Nem ainda o espaço, nem o céu por cima de tudo.
Quem tinha o mundo em sua cabeça, quem o acolhia?
Onde estava o abismo profundo, onde estava o mar?
Naquele tempo não havia nem morte nem imortalidade ainda,
Não havia a noite e nem o dia havia ainda se manifestado.
Soprava sem vento a originalidade
O Um, e fora ele nenhum outro existia.
De escuridão o mundo todo era coberto,
Um oceano sem luz, perdido na noite;
Ali nascia o que estava escondido em uma casca,
O Um impelido pela força incandescente.
Deste surgiu primeiramente,
Como semente do conhecimento, o amor;
O ser deitou raízes no não ser
Os sábios, perscrutando, os impulsos do coração.
Quando eles atravessaram sua linha de medida,
O que estava abaixo e o que estava acima?
Eram suportes de germinação, forças que se agitavam,
Autoposicionados embaixo, tensionados em cima.
No entanto, a quem é dado perscrutar,
Quem captou de onde a criação surge?
Os deuses surgiram no aquém antes desta!
Quem pode dizer, de onde eles provêm?
Ele, do qual a criação foi gerada,
Que sobre ela vela na mais alta luz celeste,
Ele que a fez ou não a fez,
Ele é que sabe – ou também ele não o sabe?”
Professor Orosco
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