Hoje, 31 de Outubro, logo pela manhã, li contente a notícia que meu amigo e sempre governador, Valdemar Lopes Armesto, publicava, orgulhoso ao lado de sua esposa, sobre o plantio de uma muda de oliveira que, segundo ele, em 40 anos poderá exportar seus frutos para o restante do mundo.
À tarde, assistí a um vídeo facebookiano onde o Dr. Renato Meneguelo pedia, de joelhos, a permissão para um bando de burocratas, para poder testar um medicamento que pode ajudar na cura do câncer.
Ao anoitecer, em outro vídeo, assistí emocionado a uma apresentação de um conjunto que cantava à música "I Have a Dream", cuja letra e poesia nos remete a acreditar nos anjos.
Anjos que, como minhas netas, neste 31 de Outubro, entre "doces ou travessuras" me fazem recordar de minha infância e, nela, de minha querida e saudosa avó.
Neste dia ela costumava ficar mais reflexiva e amorosa que o normal.
Seu abraço e sua benção vinham sempre acompanhados de um sorriso especial pois, para ela, esta data marcava o início de um novo ciclo.
Ela perdera seu consorte, meu avô, na véspera e, com sete filhos para criar, sabia que não tinha tempo ou se podia dar ao luxo de parar para lamentar.
Sabia que precisava ir à luta, firme e decidida, rumo a um futuro incerto, senhora de seu destino, não podendo falhar, como não falhou.
Agora, relendo o livro de Vladimir Arseniev, Dersu Uzala, que inspirou o filme de Akira Kurosawa, um clássico de minha juventude e de meu período mais aguerrido de militância política, consigo associar este personagem, que só se preocupava em viver uma boa vida laboral, algo estóico/epicurista, valorizando a amizade e respeitando a natureza em todo o seu esplendor, com todos os que citei até o momento.
Por isso senti-me compelido a escrever, como costumo fazer às noites, na tentativa de buscar recuperar um pouco de minha força vital, da esperança nos homens e na humanidade, crente de que o Grande Arquiteto do Universo, em sua infinita sabedoria, traçou o nosso caminho e que dele não devemos nos afastar.
Crente que, com exemplos como os citados, não estamos sós.
Professor Orosco