A
conclusão à qual se chega lendo James Redfield em suas Profecias Celestinas é a de que, pela sincronicidade dos eventos e
dos movimentos, não existem coincidências.
Realmente,
a cada novo dia, convenço-me de que existe, de fato, alguma coisa nesse sentido. Nada como destino ou caminho pré-definido, mas como sinais de que as coisas
acontecem de forma interligada, conectadas umas às outras, de alguma forma.
Vejam
o exemplo:
Ontem
à noite, participando de um Café Filosófico, assisti a uma brilhante palestra
sobre Emile Durkheim e, chegando em casa, como costumo habitualmente fazer,
peguei um livro para ler.
“Casualmente”,
após duas ou três páginas lidas, o novo assunto abordado pelo autor era
exatamente Emile Durkheim.
Hoje
pela manhã, lendo as páginas finais do mesmo livro, fiz algumas anotações sobre
Nietzsche, de tal sorte que publiquei em meu blog um novo artigo, intitulado “Do
Big Bang ao Big Crunch”.
E
vejam só:
Hoje
à noite, aceitando um convite para assistir outro seminário, do qual só tive
notícia pouco antes do início, vi-me surpreendido ao descobrir que o tema
central abordado pela palestrante era exatamente Nietzsche.
Outra
coincidência?
Talvez.
De
qualquer forma, seguindo as migalhas de pão que me foram colocadas no caminho,
achei por bem escrever estas palavras, considerando outros aspectos de
Nietzsche que podem complementar o que escrevi pela manhã.
Primeiramente
gostaria de salientar que vejo em Nietzsche um gênio; um autor que escreve de
forma irônica, quase sempre querendo dizer o contrário do que se lê, via senso
comum, nos seus textos.
É
por isso que normalmente ele é classificado como um louco, ateu e chauvinista,
o que certamente não era.
Nietzsche
afirmava que o homem, para poder crescer, precisava buscar “Grande Inimigos”,
com os quais poderia travar grandes batalhas.
Para
ele, os amigos, via de regra, só nos dizem coisas que podemos ouvir, ainda que
vez ou outra sejam contrárias àquilo que desejamos.
Inimigos
pequenos nada acrescentam à nossa vida, já que diminuem o valor de nossa
vitória.
Os
grandes inimigos, por sua vez, nos obrigam a superarmos os nossos limites a
cada novo momento, a cada novo argumento.
Por
isso, Nietzsche desafiou logo o Cristo, colocando-se como ao anticristo, já que
via nele uma proposta muito difícil de ser superada, um ente que era incapaz de
ofender-se ou guardar rancor por eventuais ofensas que viesse a praticar. Um “homem”
contra o qual o nosso intelecto modal, racional, se mostra insuficiente,
obrigando-nos a estudar, e muito, para alcançar um mínimo de sua argumentação.
Nietzsche
não luta contra Paulo, o criador do cristianismo, pois o considerava, como um
simples mortal, um oponente menor; e dizer, Nietzsche rejeitava o cristianismo
como uma criação humana, e não o Cristo propriamente dito.
Entendendo-se,
também, assim, a sua afirmação de que “Deus está morto”.
Não
Deus como o Ser onisciente e onipresente, mas como um ser caridoso, vendido pelos
almanaques a milhares de anos, em nome do qual se cometeram tantas atrocidades.
Esta é a visão que tenho dele.
Professor
Orosco
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