Diante do firmamento, reconhecendo sua pequenez, ele pode descansar, finalmente, da longa jornada que o conduziu até ali.
Olhando para trás, relembrando os momentos vividos, constatar que, no frigir dos ovos, pouco ou quase nada fez que possa ser levado ao seu favor, na prestação de contas diante do criador.
Sabe que produziu frutos, como muitos outros; ajudou pessoas, como muitos outros; viu-se traído, como qualquer outro, tal qual seu mestre maior, do qual procurou nunca se afastar.
No seu caminhar procurou conhecimento, mas só encontrou novas perguntas.
Com seu trabalho construiu fortuna e pelo mesmo motivo, pelo revés da sorte, conheceu a ruína.
Procurou andar reto, mas reconhece que muitas vezes, precisou fazer desvios.
Procurou ser fiel e, dentro do possível, só conseguiu sê-lo consigo mesmo.
Ali, sob a terra que se eleva diante de seus olhos, vê chegar a hora de parar.
Sem desejos, contemplando o seu redor, espera o momento de ser chamado.
Incompreendido por todos os que desejam subir a montanha, não consegue explicar que, em tempos passados, já subiu e desceu por inúmeras outras; que está cansado e que não quer mais caminhar.
Não desistiu, só não quer mais continuar.
Na ataraxia em que de encontra, vê que a eudaimonia era contingente e que a teleologia da vida é explicada somente neste momento ímpar da transição.
Nada mais
Professor Orosco.
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