Sobre a revolução
constitucionalista de 1932, ou simplesmente a Revolução de 32, como muitos
preferem dizer, devemos ter em mente que existem duas versões sobre os
acontecimentos: Uma que recorre à visão paulista liberal reforçando e buscando
em sua consciência a certeza de ter lutado contra a ditadura, em nome do
Direito e da Constituição, e outra, que apresenta a Revolução como um movimento
reacionário e contrarrevolucionário, que pretendia o retorno da situação anterior
( o da República do Café com Leite), investida da tentativa de restaurar a
velha mentalidade oligárquica.
Para os paulistas revolucionários, a imagem da Revolução de
1930 deveria ser destruída e o levante de 1932 deveria ser o marco divisor para
o início de uma nova era, como nas palavras do jurista, jornalista,
escritor paulistano Mario Pinto Serva (1881/1962):
A revolução brasileira de 1930 (...) não
fez senão substituir a tirania e a ditadura do Sr. Washington Luiz pela tirania
e ditadura do Sr. Getúlio Vargas, com o agravante de ser este um irresponsável
atrás do qual se esconde meia dúzia de tenentes. A revolução de 1930 pretende
reduzir o povo brasileiro à condição de rebanho paciente e uniforme. E
pretendeu, adiando indefinidamente a Constituinte, manter a ditadura
permanente.
Esta informação nos remete à constatação de que a Revolução
de 1932 ocorreu basicamente como um movimento contrário à Revolução de 1930,
que impediu a posse de do presidente eleito Júlio Prestes e colocou Getúlio Vargas
no poder.
Para
entender melhor estes acontecimentos, as motivações, ideias e objetivos que
levaram ao movimento armado de 1930 devem ser buscadas na década de 1920,
quando apareceram mais claramente os efeitos políticos do processo de
urbanização e de industrialização e quando novas forças sociais, principalmente
as camadas médias e as massas urbanas, começaram a exigir uma participação política, que até
então lhes era vedada. As reivindicações e pressões dessas novas forças levaram
à contestação do Estado oligárquico, na medida em que este era incapaz de
absorver suas demandas.
Politicamente,
essa fase da vida brasileira se caracterizava pelo domínio das oligarquias
agrárias, sob hegemonia dos cafeicultores. Em nível local, o poder era exercido
por chefes de famílias – os coronéis -, que controlavam os votos de seus
parentes, amigos e subordinados, transformando-se na única via de escolha, não
só dos representantes do Congresso como, também, dos candidatos à presidência e
vice-presidência da República. Nesta época, a democracia política tinha um
conteúdo apenas formal, onde a soberania popular significava apenas a
ratificação das decisões palacianas.
Só
um pequeno aparte histórico: Estamos falando de 1920 e não de hoje.
São
Paulo e Minas Gerais se apropriavam do poder, utilizando-se deste mecanismo e
comandavam, assim, a vida política do país. A República do Café com Leite.
Nesta
época, a oposição da jovem oficialidade do exército – os tenentes – ao sistema
político vigente, se manifestou através de pequenas revoltas, em São Paulo no
ano de 1922 e no Rio Grande do Sul em 1924, e posteriormente na Coluna Prestes,
de 1925 a 1927. Os tenentes expressavam ideias da regeneração do sistema
jurídico-político, atacavam as oligarquias e defendiam o equilíbrio entre os
três poderes. Os grupos oligárquicos dos demais estados não tinham acesso aos
centros de decisão e aceitavam participar como sócios menores da divisão de
poder.
Neste
cenário, as origens imediatas do movimento de 1930 se encontram no
encaminhamento da escolha dos candidatos à presidência da república para o
quadriênio de 1930 a 1934, quando ocorreu uma cisão entre os estados de Minas
Gerais e São Paulo.
Quebrando
uma das regras da política em vigor, segundo a qual Minas Gerais e São Paulo se
revezavam no governo da República, a partir de 1928, Washington Luiz, ligado ao
Partido Republicano Paulista ( PRP ), passou a apoiar ostensivamente a
candidatura de outro perrepista, o então presidente de São Paulo, Júlio
Prestes, pretendendo com isso, assegurar a continuidade de sua política
econômico-financeira de austeridade e contenção de recursos para a
cafeicultura.
Diante
disto, Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, presidente de Minas Gerais,
aproximou-se do Rio Grande do Sul, a fim de opor-se aos planos de Washington
Luiz, firmando um acordo, segundo o qual, Minas e Rio Grande vetavam a
candidatura de Júlio Prestes, abrindo a possibilidade de que o Rio Grande do
Sul indicasse como candidato, seu presidente, Getúlio Vargas.
Para
tornar esta ação mais concreta, em 1929, esta oposição formou a Aliança Liberal
que lançou a chapa Getúlio Vargas-João Pessoa (presidente da Paraíba) para
contrapor-se à chapa paulista Júlio Prestes -
Vital Soares.
Ainda
em 1929, a corrente mais radical da Aliança Liberal passou a admitir a hipótese
de desencadear um movimento armado em caso de derrota nas urnas, buscando, como
primeiro passo, o apoio dos tenentes, tendo em vista seu passado, sua
experiencia militar e seu prestígio no interior do Exército.
O
curioso é que nesta aliança liberal estavam os principais adversários dos
tenentes, como Artur Bernardes, Epitácio Pessoa e o próprio João Pessoa, à
época ministro do Superior Tribunal Militar.
À
sua vez, dentre os tenentes, não havia uma opinião homogênea sobre o assunto,
que a exemplo de Luiz Carlos Prestes, o mais prestigiado chefe do tenentismo,
mostrava reservas quanto ao movimento.
Contudo,
Prestes aceitou encontra-se com Vargas no Rio Grande do Sul, não para dar apoio
à sua candidatura, mas para discutir sobre o que considerava fundamental para
uma revolução anti-imperialista e agrária.
Neste
encontro, Getúlio teria concordado com seus termos, afirmando textualmente:
“Fique tranquilo, você não vai se decepcionar comigo.”
Depois
disso, já em carta a João Neves da Fontoura, um advogado, diplomata, jornalista, político e escritor Riograndense,
Vargas referia-se à posição de Prestes nos seguintes termos : “O Carlos Prestes
declarou que, sendo para regenerar os costumes políticos do Brasil, está pronto
a nos acompanhar”
Esta
carta está no acervo da Fundação Getúlio Vargas.
Sabendo
disto, Prestes escreveu uma carta a Silo Meireles e Osvaldo Cordeiro de Farias,
ambos tenentistas radicados no Rio de Janeiro, exprimindo sua posição contrária
à candidatura de Vargas.
Nesta
carta, referia-se à disputa presidencial nos seguintes termos: “Dia a dia
aumenta em mim a convicção de que tais liberais desejam tudo, menos a
revolução”. E acrescentava: “Resta-nos um único caminho: o caminho pelo qual
venho a muito me batendo e que consiste em levantarmos com toda a coragem uma
bandeira das reivindicações populares, de caráter prático e positivo, capazes
de estimular a vontade das amplas massas de nossa paupérrima população das
cidades e do sertão”.
Enquanto
a campanha eleitoral prosseguia, em dezembro de 1929 Vargas, pouco seguro em
relação ao futuro, estabeleceu um acordo com Washington Luiz que, caso fosse
derrotado nas eleições, se conformaria com o resultado e passaria a apoiar o
governo constituído, em troca da recusa de Washington Luiz e Júlio Prestes em
apoiar elementos divergentes de seu governo no Rio Grande do Sul.
Vargas
munia-se assim, de um instrumento que lhe permitiria uma saída honrosa,
qualquer que fosse o resultado eleitoral. Pouco depois desse episódio, Vargas,
ainda no final de dezembro, romperia parte deste acordo.
O
resultado do pleito de 1º de março de 1930 deu a vitória a Júlio Prestes e
Vital Soares.
Logo
após a derrota nas eleições foram retomadas as articulações para um movimento
revolucionário, onde principalmente os jovens filhos da oligarquia iniciaram os
contatos para o movimento e obtiveram o apoio dos velhos chefes políticos. Esta
jovem oligarquia, representada por Osvaldo Aranha, João Batista Luzardo, João
Neves da Fontoura, Virgílio de Melo Franco, Artur Bernardes Filho, e outros,
lutava por um regime democrático, pela modernização econômica do Brasil e
basicamente por uma inserção na estrutura de poder que se encontrava enfeixada
nas mãos dos velhos oligarcas.
Em
3 de maio de 1930, o Congresso iniciou seus trabalhos e a maioria dos
governistas se serviu arbitrariamente do processo de reconhecimento dos
candidatos para punir as representações aliancistas de Minas Gerais e da
Paraíba, tendo o Rio Grande do Sul sua representação reconhecida por conta do
acordo de Vargas e Washington Luiz.
O
arbítrio do reconhecimento dos poderes constituiu mais um fator de indignação
contra Washington Luiz, sobretudo em Minas Gerais.
Prestes
já decidira não participar da revolução.
Outro
fato importante desse período foi o manifesto de Vargas, datado de 1º de junho
e divulgado através de jornais, condenando as fraudes e as violências que
vinham sendo praticadas pelo governo federal e pelos governos estaduais contra
os aliancistas.
Para
agravar o quadro, em 26 de julho João Pessoa foi assassinado em Recife, por
João Dantas, que apoiava o governo federal. Embora os motivos fossem passionais
e privados, naquele momento toda a responsabilidade foi atribuída ao governo
federal.
Os
chefes militares começaram a pressionar os chefes políticos para que estes se
definissem em relação ao movimento.
Em
25 de setembro, Vargas e Aranha decidiram desencadear a revolução no dia 3 de
Outubro e, na madrugada de 4 de outubro, todas as unidades militares de Porto
Alegre já se encontravam sob o controle dos revolucionários. No dia 5, todo o
Estado já havia aderido à Revolução.
Em
Belo Horizonte, a revolução eclodiu no mesmo dia.
O
Norte e o Nordeste do país tiveram a Paraíba como sede do movimento
revolucionário.
Em
Recife, o comando das tropas que já estava alertado, ofereceu alguma
resistência, mas já no dia 6 de Outubro, o presidente do Estado, Estácio
Coimbra abandonou o governo. À revolução se somaram pela ordem, Alagoas, Bahia
e Sergipe.
As
forças gaúchas, em sua marcha para São Paulo, por via férrea, encontram alguma
resistência em Santa Catarina, mas já no dia 10 Vargas seguia para o Norte do
Paraná, onde Góis Monteiro, planejou o ataque geral que, tomando por base a
frente de Itararé, seria desfechado contra São Paulo no dia 25 de Outubro.
Washington
Luiz foi substituído por uma junta governista provisória, encarregada de propor
o armistício, o que só foi aceito por Vargas mediante a declaração do aceite de
que fosse reconhecido como chefe de um governo provisório.
Em
31 de Outubro, precedido por três mil soldados gaúchos, Vargas desembarcou no
Rio de Janeiro, sendo recebido com uma manifestação de apoio apoteótica e,
finalmente, no dia e de novembro de 1930, tomou posse como chefe do governo
provisório.
Com
a formação do governo provisório, começou a distribuição de cargos em todo o
país, sendo os caciques da República Velha substituídos por interventores.
Enquanto
as lideranças oligárquicas reivindicavam o retorno à normalidade através de uma
Assembleia Constituinte, os tenentes insistiam na necessidade de uma ditadura
que executasse reformas na organização política do país.
O
principal foco da crise foi em São Paulo, entre as elites saídas da República
Velha e os tenentistas, que constituíam a alma da revolução. O governo de São
Paulo foi confiado a um militar não paulista, o que ressentiu o Partido
Democrático, pois no acordo com Getúlio Vargas, ficava assegurado que a direção
de São Paulo seria entregue a um de seus membros.
A
decepção da oposição paulista para com a Revolução de 1930 era grande e essa
crise alcançava amplitude nacional, onde os velhos caciques regionais,
afastados dos centros de decisão, começaram a fazer coro com as elites
paulistas.
No
dia 7 de Abril, de 1931, o Partido Democrático lançou um manifesto contra o
interventor, que dizia: “ São Paulo é um território militarmente ocupado”.
Este
manifesto provocou, em represália, o fechamento da sede do partido e a prisão
de Vicente Rão, chefe de polícia ligado aos democráticos. Dias depois, o Diário
Nacional, ligado ao PD também foi fechado.
No
dia 28 de Abril, os democratas esboçaram um levante, cuja tentativa de golpe
resultou infrutífera, provocando a prisão de mais de 200 revoltosos.
De
novembro de 1931 a fevereiro de 1932, o Partido Democrático procurou alianças
em outros Estados, rompeu com Getúlio Vargas e concretizou um acordo com o
Partido Republicano, formando a Frente Única Paulista.
Minas
Gerais e Rio Grande do Sul também constituíram frentes Únicas em seus Estados.
Em
3 de março de 1932 se deu o rompimento dos gaúchos com o Governo Federal,
provocando, da parte de Vargas, a aceleração do projeto de
constitucionalização, sendo que em 13 de maio já se formara uma comissão para
elaborar o anteprojeto da nova constituição.
Essas
concessões de Getúlio Vargas não convenceram nem pareceram confiáveis a ponto
de acalmar os ânimos em São Paulo, que alega ser uma manobra do ditador para
retardar a reconstituição do país.
Esta
resistência paulista piorou ainda mais quando saíram notícias de que Oswaldo
Aranha, ministro da fazenda, viria a São Paulo.
No
dia de sua chegada, 22 de Maio de 1932, passeatas foram organizadas e se
intensificaram na noite do dia 23 de maio, com uma multidão tomando conta das
ruas.
A
grande massa convergiu para o prédio da Legião, onde os legionários, armados,
recebeu os manifestantes à bala.
Na
hora, 4 jovens foram mortos: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, o que
originou a sigla MMDC. Também o jovem Alvarenga foi alvejado, mas morreu pouco
depois, não sendo computado seu nome na sigla imortalizada do movimento.
Na
verdade, foram 13 os mortos naquela noite.
A
mobilização de 23 de Maio foi a concretização de mais um passo na articulação
clandestina que os paulistas vinham montando contra o Governo Vargas, que
definiu o General Bertoldo Klinger como comandante do Estado Maior
Revolucionário.
Estas
articulações só se tornaram públicas na noite de 9 de julho de 1932, quando
eclodiu antecipadamente o movimento por iniciativa de Bertoldo Klinger.
Os
revoltosos esperavam a adesão de outros Estados, mas, após a eclosão do
Movimento, Flores da Cunha, interventor do Rio Grande do Sul, decidiu apoiar
Vargas. Olegário Maciel, interventor em Minas Gerais, aceitou negociar com o
poder central e interventores de outros Estados se colocaram ao lado do governo
Federal.
Os
paulistas descobriram-se sós.
Embora
a política de Vargas não prejudicasse os cafeicultores, a classe dos lavradores
tomou parte ativa no movimento, mobilizando sua economia na preparação da
guerra.
Os
industriais apoiaram integralmente o movimento, pois havia queixas de que o
Governo Federal movia uma guerra tarifária contra a indústria paulista.
Vários
setores dissidentes da classe dominante paulista se uniram .
A
oligarquia paulista incentivava ao máximo o entusiasmo da pequena burguesia, ou
melhor, o povo paulista, onde os apelos eram feitos por categorias
profissionais ou entidades, dando maior enfoque a humilhação de São Paulo.
Os
estudantes entusiasmados responderam ao apelo, e a participação dos
estrangeiros, particularmente portugueses, espanhóis, italianos e japoneses,
foi muito valorizada.
Índios
e negros tiveram participação.
A
classe dominante paulista deixou de lado seus discursos preconceituosos e a
presença deles foi enaltecida, formando-se um batalhão de soldados negros, a
Legião Negra, posteriormente exterminada nos combates.
Índios
do Paraná (Avaí) formaram um batalhão que se incorporou ao Exército
Constitucionalista. Eram 75 homens que ficaram juntos com a Legião Negra.
“Índios
e Negros, integrados lutando contra a raça degenerada dos soldados da ditadura.”
A
imprensa divulgava a ideologia dominante através de manchetes, editoriais,
anúncios e artigos.
O
rádio, o mais recente meio de comunicação na época, também desempenhou um papel
importante na mobilização da propaganda ideológica dos revoltosos.
Oradores
empolgavam as massas nos comícios, para que aderissem ao movimento.
Na
mobilização ideológica fez-se reviver o mito das bandeiras, com o bandeirante
transformado em símbolo heroico e de vigor, significando que o bandeirante era
todo paulista o que participasse da luta, carregando a bandeira da causa
revolucionária, a constitucionalização e a defesa por São Paulo.
A
participação da mulher paulista foi um elemento ativo e além de sua presença,
exaltou-se a participação das crianças, dando-se destaque à formação de
batalhões compostos por garotos de 13 a 15 anos.
A
família e a religião unidas representavam um dos pilares de sustentação do
movimento, que foi abençoado pelo clero.
Deu-se
ao movimento o caráter de uma “Revolução” que efetuaria o rompimento com o
passado, como fruto da iniciativa
popular, feita em nome do Brasil e contra a Revolução de 1930, que instalaria
uma nova etapa, recuperando a autonomia de São Paulo. No projeto de Governo
Provisório, o Estado seria o elemento impulsionador do progresso.
A
classe dominante paulista fazia apelos ao povo, para que participassem do
movimento e, a classe média, respondendo a esses apelos foi mobilizada.
Em
1932 foram acusados de Comunistas, tanto as forças de Vargas quanto às de São
Paulo.
Acredito
que vem desta época o chavão da igreja de que “ Comunistas comiam as
criancinhas ”
Hoje,
sabemos que ao que parece, eram os padres.
Por
trás do perigo comunista e da pregação sobre a ordem, estava a classe operária
incomodando e inquietando a classe dominante, que mobilizou a classe média e
concentrou todos os esforços no sentido de reprimir as lutas operárias e suas
tentativas de organização.
Em
1932, João Alberto assumiu a polícia do Rio de Janeiro e a partir daí deu-se um
violento combate ao comunismo.
Em
São Paulo, operários têxteis que haviam entrado em greve, entraram em
confrontos violentos com a polícia, que passou a agir de forma mais violenta e
repressiva contra os agitadores.
A
FIESP, invocando a agitação operária, pediu a suspensão provisória das leis sociais
em São Paulo.
Durante
os três meses de luta armada, não havia menções à classe operária e não se
descuidou da vigilância nas fábricas e da repressão aos líderes do movimento
operário.
Entre
agosto e setembro, as ações de guerra já se revelavam inteiramente
desfavoráveis para os paulistas que, devido à inferioridade bélica,
desenvolveram alguns artifícios, como o de matracas e ruídos que sugeriam alto
poder de fogo. Inventaram também novas armas, como a Bombarda (bazuca) e
construíram carros lança-chamas.
Nos
últimos dias de setembro, Bertoldo Klinger, comandante em chefe das forças
revolucionarias constitucionalistas pediu a paz.
Os
jornais publicaram a notícia do armistício sem mencionar a derrota.
Houve
fugas, prisões e exílios.
Minas
Gerais e Rio Grande do Sul foram responsabilizados pelo final da luta.
Muitos
historiadores defendem que São Paulo pegou em armas não para o benefício
coletivo, mas sim, por interesses econômicos e políticos que lucrariam não só
com uma eventual vitória ou derrota, mas com a conquista de seus próprios
interesses, já que, para a classe dominante, a situação econômica estava
difícil, desde o crack da bolsa de valores em 1929, nos Estados Unidos.
De
qualquer sorte, embora muito criticada pelos vitoriosos, a Revolução Constitucionalista
de 1932, logrou êxito, ao obrigar Getúlio Vargas e a Assembleia Geral
Constituinte a promulgarem uma nova Constituição.
A
história registra que o fizeram a contragosto, já que em 1937, o próprio
Getúlio Vargas, dando um golpe de Estado, revogou a Constituição e instalou o
Estado Novo.
Para
os paulistas, o 9 de Julho ficou marcado como a data homenageando a lembrança
do MMDC, + o A do Alvarenga, e todos os outros Bs, Cs e Ds que a história não
citou, ficando esta homenagem simbolizada na bandeira tupiniquim, imortalizando
aquele juramento:
“Todo
paulista, ao nascer, assume o compromisso de que, se for preciso, derramar o
seu sangue, em qualquer parte dos 4 cantos do mundo, para honrar e defender a
integridade do Brasil”.
Treze
são as listras
Treze
foram as semanas
Em
que brancos, negros e índios
Bandeirantes,
Defenderam
com seu sangue,
A
Constituição do Brasil.
Seu
legado,
Uma
mensagem,
Uma
bandeira,
Um
País.
Professor Orosco
Nenhum comentário:
Postar um comentário