segunda-feira, 13 de abril de 2020

SOBRE O ISOLAMENTO SOCIAL

Quando se deseja ensinar qualquer coisa, é recomendável e prudente, sempre valer-se do conhecimento e da experiência de um professor.
Quando um professor se vê frente a uma sala de alunos rebeldes e desmotivados para aprender, geralmente precisa desenvolver uma estratégia particular, direcionada, para alcançar o seu objetivo.
Via de regra, a coação ou a intimidação, na prática, diz a história, nunca foi o melhor caminho, pois só fazem aflorar a animosidade e o espírito de desobediência.
À sua vez, a sedução e a responsabilização, no nível individual, sempre foi a melhor escolha.
Por exemplo, para diminuir o número de faltas e ausências, informar aos alunos que podem faltar às aulas, o quanto quiserem, mas, informá-los, também, que o seu colega de classe, que não falta e que, portanto, receberá maiores informações, deverá ter maior possibilidade de superá-lo em um teste admissional e encontrar um emprego melhor. Informá-lo que, na verdade, este colega de classe, até gostaria que que ele faltasse, já que estaria diminuindo a concorrência.
Ou seja, neste caso, mostrar ao aluno que o "ser esperto", seria não faltar, estudar com afinco e aproveitar toda e qualquer oportunidade de aprender e, assim, municiar-se para a luta que precisará travar, adiante, quando tentará conseguir uma melhor ascensão profissional/social.
Desta forma, o governo, ao invés de multar, punir ou até mesmo prender aqueles que descumprem a ordem de isolamento social, bastaria, por exemplo, marcar ou mesmo confiscar o seu RG, particularizando, assim, esta desobediência civil, quando, então, uma vez identificado, o sujeito estaria impedido de receber a internação e o tratamento público/gratuito de saúde, que porventura viesse a precisar.
Lembrando-o de que esta condição poderia, inclusive, isentar os planos de saúde privado, da obrigação contratual de socorrê-lo.
Assim, sem suprimir-lhe a liberdade de ir e vir, o que é seu direito constitucional, ao rebelde se imputaria a plena responsabilidade por seus atos.
Como diria Jean Paul Sartre:
"O homem está condenado a ser livre e a ser responsável por seus atos no gozo desta liberdade".

Professor Orosco

Nenhum comentário: