terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Teoria das Conspirações II

Analisando as últimas alterações promovidas na Esplanada dos Ministérios, com a saída de Carlos Lupi da pasta do Trabalho, onde já há alguns anos demonstrava competência e aptidão ( nenhum outro deu tanto trabalho para sair ) pergunto-me se a presidente “PresidentA Dilma” estaria realmente com tanta “bala” assim.
Lembrei-me que o referido ministro alardeou aos quatro ventos que só deixaria o cargo “à bala”, fazendo brotar em minha lembrança a figura de outro trabalhista que deixou o cargo abatido por uma bala, só que desferida contra o seu coração, através de um pijama listrado que, coincidentemente poderia servir de uniforme para boa parte dos moradores da Capital.
Como à época de Getúlio e mais tarde à época de Jânio, as forças ocultas sempre estiveram presentes nos bastidores do governo e até mesmo muito antes deles, fazendo reacender novamente a Teoria das Conspirações.
Segundo Antonio Gramsci em sua célebre obra Cadernos do Cárcere que acabou sendo adotado pelo PT, outrora marxista, o caminho da transformação social passaria pelo potenciamento do termo médio, a sociedade civil, enfraquecendo o Estado e a sociedade econômica.
Numa primeira fase, econômico corporativa, seria necessário organizar o partido das classes subalternas, lutar pelo estado democrático e pela ampliação das franquias democráticas, abrindo espaço e condições para o desenvolvimento de uma ação política revolucionária.
Numa segunda fase, lutar pela hegemonia das classes subalternas sobre a sociedade civil, tornando-a dirigente e criando condições para a tomada do poder.
Numa terceira fase, estatal, tomar o poder, impor a nova ordem e estabelecer o socialismo, etapa provisória e anterior à passagem para o comunismo.
Durante o governo do Dr. Luiz Inácio Lulla da Silva (Doutor Honoris Causa pela Fundação Sciences-Po em Paris), o exercício do poder estava ligado ao seu “primeiro ministro”, o chefe da “Casa Civil” José Dirceu, a quem Lulla deveria entregar o poder.
Malograda esta opção pela intervenção do dono da marca trabalhista (PTB), não restou ao grupo governante outra opção além de conduzir à pasta, outra pessoa que, desconhecida do povo, pudesse ser “o fiel soldado” capaz de dar continuidade ao projeto gramsciano do PT.
Dilma Rousseff, da Casa Civil, sucedendo José Dirceu, é eleita presidente do Brasil e indica Antonio Palocci para comandar as ações do governo, que, por não se mostrar tão afinado com a proposta ideológica pregada por Dirceu, foi o primeiro a cair.
Na seqüência, um atrás do outro, uma fila de ministros deixou o cargo, quase todos denunciados por irregularidades e malversação do dinheiro público, repetindo-se a mesma história.
Os mais alarmistas poderiam até associar isto a “um dedinho” de José Dirceu, digamos que, como forma de troco pelo seu infortúnio no caso do Mensalão.
Já deixaram o poder, além de Palocci (PT), Wagner Rossi da Agricultura, Nelson Jobim da Justiça, Pedro Novais do Turismo, todos do PMDB, Alfredo Nascimento dos Transportes (PR), Orlando Silva dos Esportes (PCdoB), Luiz Sérgio (PT) convidado a deixar as Relações Institucionais e ir “Pescar” e agora Carlos Lupi do Trabalho (PDT).
Acredita-se que estejam a caminho da aposentadoria  Fernando Haddad (PT) que deixaria a pasta da Educação para tentar a prefeitura de São Paulo, Mário Negromonte (PP) Ministro das Cidades, e Edson Lobão das Minas e Energia.
Outros ainda poderiam deixar suas pastas no remanejamento e eliminação dos ministérios, prevista para ocorrer no próximo ano.
Até mesmo Paulo Bernardo do Planejamento chegou a ser ameaçado, sendo momentaneamente blindado pela Casa Civil, cujo comando está ocupado por sua esposa.
Quem acha que estas possibilidades são muito fantasiosas, pode dar uma olhadinha na garagem do Planalto e encontrar José Dirceu despachando com a maior naturalidade.
Se o general encarregado de sua segurança pessoal permitir, talvez se consiga até uma entrevista ou foto com ele.


Professor Orosco

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