quinta-feira, 26 de junho de 2014

ETA BICHO BURRO ESSE TAR DI HOMI


Santo Tomás de Aquino (1225/1274), defendendo a doutrina cristã, em sua obra mais famosa, afirmou que "ser é antes de tudo existir" (Summa Theológica. Livro I, p 41. 3. Ed. São Paulo: Loyola, 2009) e, ao fazê-lo, nos obrigou a ponderar sobre esta asserção, de tal sorte que vamos tentar nos aprofundar um pouco mais nesta reflexão.
Para ser, é preciso existir.
Para existir, é necessário viver.
Para viver, é necessário que os pré requisitos, as condições que asseguram a manutenção da vida estejam presentes e preservadas.
Para que estas condições estejam presentes e preservadas, é necessário que a influência humana, de maneira geral, e, na sua totalidade, não seja prejudicial ao planeta.
Para que isto ocorra, é necessário que a responsabilidade sobre os atos praticados, de forma consciente, pelos humanos seja assumida.
Para que esta responsabilidade seja assumida, é necessário que haja, por princípio, esta responsabilidade.
O Princípio da Responsabilidade ( Hans Jonas, 1903/1993 ) pressupõe que, como seres com capacidade de entendimento, tendo a liberdade de agir, todos nós precisamos fazê-lo, obedecendo à sua proposta de imperativo categórico, relacionado a um novo tipo de ação humana: "Age de tal forma que os efeitos de tua ação sejam compatíveis com a permanência de uma vida humana autêntica sobre a terra" (JONAS, Hans. El Princípio del Responsabilidad.Barcelona: Herder, 1995, p.40)
Pressupõe, também, que o dever para com as gerações futuras é um dever da humanidade, independentemente se os seres são ou não nossos descendentes.
É, de certa forma, levar ao pé da letra a proposta cristã de "fazer o bem, não importando a quem", que Immanuel Kant, classificou como o caso extremo da ética da intenção, em seu imperativo categórico " Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne universal" (KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Coleção os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1980, p.129).
Também, dizendo o mesmo, em outras palavras, "não fazer a outros aquilo que não desejamos que nos façam".
Só isso.
O engraçado, para não dizer trágico, é que lá se vão quase mil anos, e ainda não entendemos o que este homem, Aquino, escreveu.
Pior ainda, ainda não entendemos, sequer, as palavras de seu mestre, proferidas a pouco mais de dois mil anos.
"Ama ao teu próximo como a ti mesmo".

Eta bicho burro esse tar de homi.

Professor Orosco.

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