Dada a diversidade étnica da nossa gente, onde não se pode identificar uma raça dominante, seja ela branca, negra, amarela ou vermelha, mas sim um amalgamado de todas elas, não se pode contar com a tradição como marca de nossa sociedade.
Assim sendo, também não se pode identificar uma cultura dominante, embora a branca e européia ainda conserve maior poder econômico e, graças a isso, ainda exerça uma certa pressão hegemônica sobre as demais, sem, contudo, conseguir impor seu modelo à maioria da sociedade.
Desta forma, a miscigenação das raças, que se torna regra, rompendo inclusive as defesas das culturas mais sólidas, como as asiáticas, por exemplo, acaba por propiciar e consolidar nossa famosa hospitalidade e cordialidade, características pelas quais somos conhecidos mundo afora.
Não é apenas como se todas as raças se sentissem um pouco brasileiras, mas sim o fato de que, todas elas são, realmente, constitutivas do nosso povo.
Daí o fato de que, por ser o Brasil uma "terra de todos", acabar deixando transparecer a falsa impressão de que é "terra de ninguém".
Como cada grupo defende seus costumes e exerce, isoladamente, sua liberdade, temos a impressão de que, por aqui reina a anarquia, representada pela expressão popular do "samba do crioulo doido".
Fica fácil, então, neste mix de sotaques, compreender que o "jeitinho brasileiro", "a malandragem" e a corrupção, tão entranhadas na nossa sociedade, são apenas uma consequência, um reflexo, desta falta de tradição cultural.
Pior ainda, compreender que este "jeitinho" acaba por se tornar, ele mesmo, uma tradição.
A solução lógica e simples deste problema, seria, portanto, a secessão.
Dividir o país em tantas partes quanto grupos étnicos representativamente existentes.
Um para os descendentes de alemães, outro de italianos, etc.
Assim, teríamos contemplados os portugueses, os espanhóis, os franceses, os vários grupos africanos e as várias tribos indígenas.
O único problema desta solução, é que não teríamos mais o Brasil, pois
isto seria como desmembrar o corpo humano segundo seus aparelhos, ou seja: ficaria bonito no papel, mas totalmente impossível, ainda que alguns o desejem.
O corpo humano, assim como o Brasil, só funciona com todos eles.
A resposta final, então, dando tempo ao tempo, é aguardar que o amadurecimento de nossa sociedade venha proporcionar o surgimento de novos padrões éticos e morais que sintetizem esta nação.
Tolerância e paciência, que "como caldo de galinha" não fazem mal a ninguém ( excetuando-se, é claro, a galinha) são os remédios indicados para as doenças de nossa sociedade, compreendendo-se que
Ordem e Progresso são mais do que palavras gravadas fortuitamente num lábaro multicor.
São coordenadas para o futuro de nossos filhos e netos.
Basta acreditar e aprender a lê-las.
Professor Orosco.
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