Diferentemente do percurso traçado por Santiago, nosso São João Batista, ou do outro Santiago, nosso Thiago Maior, que nos leva a uma profunda reflexão interior, parece-me que o de Bolivar nos remete a uma completa perplexidade diante dos fatos exteriores.
Diante da turbulência institucional que presenciamos e que, em período não tão distante, avisei que se aproximava, a maioria das pessoas não consegue sair do "olho da tempestade", alimentada por uma profunda carestia, ao ponto de conseguir enxergar para além do horizonte imediato.
A crise instalada entre os poderes da República (Res Publica, ou coisa pública) que a cada dia ganha proporções maiores, inclusive com ameaças de prisões e de retaliações, insuflada por um crescente desejo popular de conseguirmos um mínimo de moralidade na gestão de nosso país, dá asas aqueles que pregam uma intervenção militar.
Uma intervenção militar que, se bem sucedida, nos levaria ao limbo, como da última vez, já que, como primeira medida moralizadora, teríamos novamente a censura à imprensa e o cerceamento dos direitos civis.
Uma intervenção militar que, se fracassada, e aqui é o ponto que considero importante destacar, repetiria um movimento similar ao realizado por Chaves, na Venezuela, que se aproveitou dele para implementar sua ditadura.
Ou seja, diferentemente do que possa parecer, esta atual "crise institucional" e o consequente descrédito das instituições republicanas (da Câmara Federal, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal) cujas lideranças estão comprometidas por sucessivos escândalos, pode ser benéfica ao executivo, se este for o caminho escolhido por ele.
Uma suposta rebelião fracassada das forças armadas legitimaria um governo de exceção por parte dos atuais dirigentes, que implementariam sua ideologia bolivariana, ao revés da lei e da vontade popular, e nos lançaria ao mais profundo abismo.
O recente chamamento à luta por parte do ex presidente e atual "consultor para assuntos aleatórios" do Palácio di Planalto, de seu exército particular, conhecido por MST e MSHP, só faz reforçar este meu temor.
Como hoje é sexta feira (dia 17 de Julho de 2015), deixo aqui esta mensagem, cuja questão central, quem sabe, pode acalorar um bom bate-papo no happy hour do fim do dia.
Professor Orosco
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