Como
este assunto tem rendido acalorados debates no país, não só entre congressistas
ou partidos políticos ideologicamente distantes, mas também pela população em
geral, decidi manifestar minha opinião sobre o assunto.
Primeiramente
gostaria de colocar que sou plenamente favorável a toda e qualquer iniciativa,
pública ou privada, de caráter sócio educativa, que seja implementada para a
recuperação, não só de jovens, mas de toda e qualquer delinquência, inclusive
aquelas que possam ser aplicadas à população carcerária de nosso país.
Medidas
como o ensino e prática religiosa, aulas de capacitação profissional,
atividades laborais supervisionadas, inclusive o trabalho remunerado como forma
de custear sua internação, além de outras, têm demonstrado sua validade no
processo de recuperação dos delinquentes.
Ocorre,
porém que, como em qualquer doença, este mal precisa ser combatido de forma
eficaz, caso se deseje alcançar a cura.
Isso
significa utilizar todos os medicamentos sociais de que dispomos, na exata
relação de sua necessidade, segundo o agravante do mal.
Assim,
além destas medidas de caráter sócio educativas, torna-se necessário atentar
para a necessidade de promover profundas modificações nos paradigmas que
norteiam nossa sociedade.
Não
se trata, apenas, de construir novas escolas, inclusive as de tempo integral,
as quais defendo, se não atentarmos para a revisão dos princípios que norteiam
e regulam a ação e os limites de alunos e professores.
Educação
é, e sempre foi, tarefa dos pais e, na ausência ou falhas destes, do Estado,
como representante máximo da sociedade.
Escolas
transmitem conhecimentos formais que auxiliam no desenvolvimento das pessoas,
mas são incapazes de educar, quer pelo pouco tempo em que os alunos estão em
sala de aula, quer pelo número excessivo de alunos sob a supervisão de um único
professor.
Escolas
ajudam, mas não são, isoladamente, a solução, haja-se visto, inclusive, o crescente
número de agressões contra professores.
Programas
sociais de apoio às famílias, não só as carentes, que exijam algum tipo de
contrapartida para o resgate da cidadania, igualmente são importantes, mas,
como as escolas, se mostram insuficientes.
A
repressão e a punição “exemplar”, e grife-se o exemplar, embora como último
recurso, precisa ser colocada como a derradeira trincheira de defesa de um
mínimo de coesão social, pelo que, não pode ser vilipendiada como se fosse um
mal maior.
Ela
precisa ser entendida como o último recurso do qual o Estado se vale para
restringir o verdadeiro mal.
Assim,
a redução do limite de idade para efeitos penais para os chamados crimes
hediondos, embora horrível, mostra-se uma necessidade da sociedade que busca
equacionar o problema da delinquência juvenil, o que não invalida a urgência e
a necessidade de todas as outras medidas que visem inibir quaisquer práticas
delituosas.
Professor
Orosco.
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