domingo, 22 de novembro de 2015

DAI-ME SUA BENÇÃO! AMADO PAI.

            Em dias tão atribulados como os que estamos vivendo atualmente, não posso deixar de refletir sobre os desígnios que foram desejados para nossa espécie, desde antes de sua aparição.
Diante deles, Deus, como supremo Bem, criador e genitor do homem, apresentando-se como um pai generoso que transferiu à sua prole, junto com seu DNA, um Ethos que lhes permite distinguir as coisas boas das coisas más, seguramente deve estar desgostoso com o fruto de seu trabalho.
            Magoado pela irreverência e irresponsabilidade destes jovens humanos, que mal alcançaram a puberdade, seguramente ele não pode aprovar a violência, o individualismo e a presunção com a qual seus filhos se arbitraram o domínio do mundo e o poder de vida e morte sobre as demais espécies.
            Como todo pai que, pacientemente, entendendo ser o excesso de testosterona a causa maior da sua soberba, não pode, contudo, deixar de querer que eles amadureçam, aprendam a ser tolerantes e que venham ao seu encontro, iluminados pela justa razão, ávidos de poder contemplar a plenitude de sua obra.
            Que alcancem um estágio de desenvolvimento suficientemente capaz para que percebam não estarem sós neste vasto universo em que foram colocados.
            Que, com o passar dos anos, aprendendo a ser humildes, prostrem-se de joelhos, arrependidos dos arroubos de sua juventude e, simplesmente, lhe peçam sua benção.

Professor Orosco

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