O primeiro passo da minha evolução humana ocorre quando tomo consciência do meu Ser-em-si; como um objeto existente no mundo e que não é nada além daquilo que é.
Neste momento, alcanço a condição de Ser que tem consciência De-si e, ao fazê-lo, descobro a minha existência num mundo concebido (significado) por mim, onde percebo a existência de outros homens que, como eu, também se reconhecem existentes (Seres com consciência De-si).
Lanço-me, então, neste mundo, na condição de um Ser-para-si, já que me reconheço existente a partir do meu reconhecimento pelo Outro.
Só sou um professor porque meus alunos me reconhecem como tal.
No entanto, neste momento, por olhar o olhar do outro, sinto-me compelido a perceber-me como um existente, na percepção do outro.
Tento significar-me, como se fosse um aluno para reconhecer-me professor.
Com minha consciência transcendente, abandonando o meu Ser, eu vivêncio o Para-outro.
Esta condição é diferente do reflexo que vejo refletido no espelho, onde, no meu olhar refletido, percebo a minha existência, através da minha consciência que oscila entre a condição de ora transcendente e ora transcendida.
Na condição de Para-outro, não tenho certeza de nada, já que tento me olhar na posição do olhar do Outro e, por isso, a dúvida me acompanha.
Passo a ser possibilidades, frente às dimensões temporais (ek-estáticas) do passado, Em-si; do presente, Para-si, e do futuro incerto, Para-outro, onde a condição existencial (tética), tanto minha quanto do Outro, passa a ser contingente.
Como seres contingentes, tanto o Eu quanto o Outro, temos consciência de que somos significados a partir de mundos diferentes que construímos, cada um o seu, segundo o entendimento do Em-si que cada um percebeu como De-si e de como lançou-se nele como um Para-si.
Como seres desejantes, nesta condição não pode existir o NÓS, uma vez que só consigo perceber-me como Para-outro, na condição de possibilidade ek-estática.
O NÓS só pode existir com a supressão de todos os EU, no momento em que todos renúnciam à sua condição de consciência transcendente, tornando-se uma consciência coletiva transcendida que compartilha um único e supremo instante (desejo).
Por exemplo, como num campo de batalha onde os soldados do lado A se transformam um uma Unidade de combate, que se lança contra os soldados do lado B.
Neste momento, não existe mais o Eu, só o NÓS, irmanados como corpos diferentes, amalgamados numa única consciência desejante, Para-além, em busca da vitória e da sobrevivência.
Este é o espírito que o momento atual reclama.
Um Para-além, onde todos nós, como consciência coletiva, numa Unidade de combate, espalhada por todo o planeta, trabalhando, como humanos unidos, sem credos, cor ou fronteiras, com o objetivo com de vencer o Coronavírus.
Professor Orosco.
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