A crescente
demanda por álcool no Brasil, que supera com longa margem as melhores projeções,
leva o setor sucroalcooleiro a repensar suas estratégias de curto e de médio
prazo.
De um lado,
o sucateamento da PTrobrás, que
reduziu nossa capacidade de extração e refino, aliada a investimentos duvidosos
no exterior, obrigou a que a quantidade de álcool, metílico, fosse aumentada na
mistura da gasolina para evitar a sua falta.
De outro
lado, a nova e crescente mania que vemos despontar na sociedade, onde o álcool,
etílico, está sendo consumido, a cântaros, para incinerar dentistas, jovens
vitimas de sequestro e até vovozinhas que se recusam a oferecer guloseimas,
igualmente tem provocado forte pressão de demanda sobre os estoques
estratégicos.
Tudo isto,
ainda sem levar em consideração o aumento do consumo via bebidas alcoólicas,
que está ocorrendo direta e proporcionalmente ao aumento da classe média,
emergente das classes D, E, F, G e H, que agora passa a frequentar as festas
Funk.
Como a
questão dos combustíveis tem característica especial, colocada no âmbito estratégico
da Segurança Nacional, a questão do álcool começa a preocupar nossos
governantes.
Não nos
cause espanto se, brevemente, através de uma medida provisória, observarmos a
taxação adicional sobre os derivados da cana, assim como a desoneração fiscal
para as importações associadas ao malte, principalmente o escocês.
Para evitar
cenário tão ameaçador, que pode chegar a comprometer o preço do açúcar
utilizado para balancear o vinho que consumimos, urge tomarmos uma iniciativa,
de origem popular, para obrigar nossos legisladores a produzirem leis que
venham minorar tal perigo.
Um pequeno sacrifício
individual, realizado por todos os interessados, poderá gerar a “energia
renovável” para superar este momento de crise.
Parodiando
Thomas Hobbes, em seu Leviatã, de 1651, “É preciso que os homens consintam,
quando os outros o consentirem também, na medida em que consideram necessário
para a paz e para a defesa de seus interesses, em renunciar ao seu direito a
todas as coisas, e fiquem satisfeitos com aquela porção, a mesma que julgam ser
aceitável oferecer aos outros em condições de igualdade”.
Para evitar
o regresso ao estado de natureza, onde todos lutam contra todos, é necessário
repactuar nosso contrato de convivência, edificado a mais de duas décadas, perguntando
aos jovens menores de 25 anos, que não haviam nascido à época de sua
elaboração, que foram protegidos pelo ECA, se concordam com seus termos.
Professor Orosco
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