quinta-feira, 6 de junho de 2013

ETILICO OU METILICO ?


            A crescente demanda por álcool no Brasil, que supera com longa margem as melhores projeções, leva o setor sucroalcooleiro a repensar suas estratégias de curto e de médio prazo.
            De um lado, o sucateamento da PTrobrás, que reduziu nossa capacidade de extração e refino, aliada a investimentos duvidosos no exterior, obrigou a que a quantidade de álcool, metílico, fosse aumentada na mistura da gasolina para evitar a sua falta.
            De outro lado, a nova e crescente mania que vemos despontar na sociedade, onde o álcool, etílico, está sendo consumido, a cântaros, para incinerar dentistas, jovens vitimas de sequestro e até vovozinhas que se recusam a oferecer guloseimas, igualmente tem provocado forte pressão de demanda sobre os estoques estratégicos.
            Tudo isto, ainda sem levar em consideração o aumento do consumo via bebidas alcoólicas, que está ocorrendo direta e proporcionalmente ao aumento da classe média, emergente das classes D, E, F, G e H, que agora passa a frequentar as festas Funk.
            Como a questão dos combustíveis tem característica especial, colocada no âmbito estratégico da Segurança Nacional, a questão do álcool começa a preocupar nossos governantes.
            Não nos cause espanto se, brevemente, através de uma medida provisória, observarmos a taxação adicional sobre os derivados da cana, assim como a desoneração fiscal para as importações associadas ao malte, principalmente o escocês.
            Para evitar cenário tão ameaçador, que pode chegar a comprometer o preço do açúcar utilizado para balancear o vinho que consumimos, urge tomarmos uma iniciativa, de origem popular, para obrigar nossos legisladores a produzirem leis que venham minorar tal perigo.
            Um pequeno sacrifício individual, realizado por todos os interessados, poderá gerar a “energia renovável” para superar este momento de crise.
            Parodiando Thomas Hobbes, em seu Leviatã, de 1651, “É preciso que os homens consintam, quando os outros o consentirem também, na medida em que consideram necessário para a paz e para a defesa de seus interesses, em renunciar ao seu direito a todas as coisas, e fiquem satisfeitos com aquela porção, a mesma que julgam ser aceitável oferecer aos outros em condições de igualdade”.
            Para evitar o regresso ao estado de natureza, onde todos lutam contra todos, é necessário repactuar nosso contrato de convivência, edificado a mais de duas décadas, perguntando aos jovens menores de 25 anos, que não haviam nascido à época de sua elaboração, que foram protegidos pelo ECA, se concordam com seus termos.
           
Professor Orosco
           


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