quinta-feira, 14 de agosto de 2014

É POSSÍVEL ENCONTRAR DEUS ?


A poucas décadas atrás, o homem mais rico do mundo, Nathan Rothschild, que financiou o canal de Suez e o canal do Panamá; considerado um homem mais rico que a maioria dos países daquela época, morreu vitimado de uma septicemia provocada por um simples furúnculo.
Aqui no Brasil, em um momento tão especial, comovidos pelo triste acidente que vitimou o candidato à presidência de nosso país, Dr. Eduardo Campos, percebemos o quão frágil é a vida humana, quão absurda ela é e o quão insignificante somos, todos nós, diante dos desígnios de Deus.
Nesta hora, em que nos solidarizamos com seus familiares, assim como nos solidarizamos com os familiares das outras pessoas que também faleceram no acidente, desejosos de que todos eles sejam recebidos nos braços do Criador e que encontrem em sua companhia a merecida paz, devemos nos perguntar:
É possível encontrar Deus?
Seguramente esta questão tem demandado muito tempo e consumido muita energia por parte de inúmeros pensadores, religiosos ou não, ao longo da existência humana.
Poderíamos, de certa forma, diante de tantas explicações e, de tantas contradições, dizer que esta possibilidade, de encontrá-lo, extrapola a capacidade do entendimento humano, ao menos enquanto espécie animal vivente.
De certa forma, Deus não desejou que nós o conhecêssemos, pois se o quisesse, nós o conheceríamos.
Criando-nos como seres imperfeitos, seres desejantes, Ele, o fez de tal forma, que nós o procurássemos, por toda a vida e não que o encontrássemos.
“O homem, mortal, não pode contemplar a face de Deus!”.
Entendemos que, agindo assim, o prazer que ele nos permitiu, consiste na busca que realizamos ao procurá-lo.
Um prazer que está contido na observação de suas obras e no gozo de sua realização.
Como nas palavras de John Locke, “A busca da verdade é como uma caçada, onde grande parte do prazer está na perseguição” (Ensaio Sobre o Entendimento Humano. Epístola ao Leitor. São Paulo: Martins Fontes, 2012), ou então, como no célebre aforismo de Guimarães Rosa “Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia” (Grande Sertão: Veredas), concluímos que:
Nesta busca, só podemos sentir, em nossos corações, que nos aproximamos ou que nos afastamos d´Ele, segundo nossos apetites e segundo nossas ações.
Que este termômetro que marca o quão “mais quente” ou o quão “mais frio” estamos de alcançá-lo, não pode ser encontrado nas alturas ou tampouco encontrado nas profundezas.
Que só podemos encontrá-lo na justa medida, na altura de nossos olhos, refletido em outros olhos, que igualmente nos fitam; olhos que também procuram medir a sua própria temperatura.
O sucesso desta empreitada, segundo desejamos crer, está na firme convicção de nossos passos e nos motivos que nos movem.

Professor Orosco

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