terça-feira, 23 de julho de 2013

DEIXANDO DE SER MOLEQUE


Aproveitando o momento especial que vivemos, gozando da presença do Papa Francisco nas terras do Brasil, sirvo-me da presente para tecer algumas considerações de caráter histórico religioso, místico, como o pugna ser a própria fé.
Registra a história que, a milhares de anos atrás (cerca de 4.000 anos) num lugar habitado por tribos semitas, aquelas formadas a partir dos descendentes de Sem, o filho mais velho de Noé, de quem, na nona geração de seus descendentes, vê-se surgir, nas terras de “Ur” dos caldeus, Abrão.
Este personagem, ao alcançar seus 75 anos de idade, seguindo a orientação de seu deus, mudou-se com Ló, para Canaã.
Neste período, era costume entre os cananeus (os antigos habitantes de Canaã), a exemplo das outras tribos, oferecer sacrifícios ao deus Moloch.
Em sua crença, seu deus exigia dos fiéis o sacrifício das “primícias”, que tanto eram os primeiros frutos, as primeiras frutas colhidas, as primeiras crias do gado e, em geral, o primeiro filho de seus adoradores.
É deste sacrifício ao deus Moloch que deriva o termo “moleque”, palavra que sobreviveu até os nossos dias, ainda que descaracterizada, termo este que à época era utilizado para designar o primogênito que seria oferecido em holocausto, quando completasse seus treze anos de idade.
Conta a lenda que Abrão, diante do “quase sacrifício” de seu filho Isaque, fez um pacto com Deus, onde, ao invés do sacrifício humano (somente o prepúcio do macho seria oferecido), seria imolado um cordeiro em holocausto.
Tal qual na prática anterior, este animal seria sangrado e depois queimado no altar dos sacrifícios.
Com este acordo, a transição da adoração do deus Moloch para a adoração de um outro Deus, único, Javé, menos violento, que exigia apenas o prepúcio, foi relativamente bem aceita pela maioria do povo.
Abrahão, como preferiu ser chamado Abrão após firmar o pacto com Javé, aceitando-o como único Deus, fez dar ciência a todos aqueles que, anteriormente haviam sacrificado seus filhos, que como prova de amor e como forma de honrar a aliança que se estabelecia, o próprio Deus enviaria, posteriormente, seu filho à Terra para ser sacrificado, para glorificar o seu nome e redimir os homens do pecado.

Professor Orosco



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