A FLAUTA DE PÃ
Conta a Mitologia que Mercúrio
(Hermes, o deus do comércio), filho de Júpiter (Jove ou Zeus), cumprindo ordens
de do pai, precisava livrar-se de Argo, filho de Agenor, rei da Fenícia e filho
de Netuno com Líbia.
Argo era um ser que possuía
cem olhos e que nunca dormia (só fechava 50 olhos por vez) incumbido por Juno
(Hera), esposa de Júpiter, a rainha dos deuses, de vigiar Io, a filha do
rio-deus Ínaco, uma de suas sacerdotisas, da qual tinha ciúmes com Jove.
Mercúrio, para desempenhar sua
tarefa, aproximou-se de Argos tocando uma flauta e iniciou com ele uma
conversa, passando-lhe a contar a estória do instrumento.
Disse que Pã, divindade
protetora dos pastores e dos rebanhos, descrito como um ser meio homem, meio
animal, com torso humano, cabeça com chifres e pés de bode, era apaixonado pela
ninfa Siringe, muito amada pelos sátiros e pelos espíritos da floresta, devota
de Diana e dedicada à caça.
Tentando cortejá-la, disse-lhe
galanteios, os quais ela recusou, procurando-se afastar-se dele, o que fez com
a perseguisse.
Agarrando-a às margens de um
rio, a pobre jovem só teve tempo de suplicar ajuda às ninfas da água, suas
amigas que, ouvindo seus gritos, vieram em seu auxílio.
Pã procurou abraçar aquilo que
julgou ser o corpo na ninfa, mas percebeu que, naquele momento, abraçava um
feixe de junco.
Quando soltou um suspiro, o ar
atravessou os juncos produzindo uma triste melodia.
O deus, encantado com a
novidade, levou com ele alguns dos juncos e, unindo-os lado a lado, com
diferentes comprimentos, fez um instrumento ao qual denominou Siringe, em honra
à ninfa.
Encantado com a história e
influenciado pela música, Argos adormeceu, o que lhe custou a vida, uma vez que Mercúrio tratou de cortar-lhe a cabeça, fechando seus cem olhos de uma única
vez
Hera, comovida pelo destino de
seu fiel escudeiro, recolheu seus olhos e, homenageando-o, os colocou como
ornamento na cauda de seu pavão.
Professor Orosco
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