Realizando uma espécie de
fichamento da obra Riqueza e a Pobreza das Nações, de David S. Landes, alerto que,
ao contrário do que possa parecer, ele não realiza um estudo profundamente
econômico, pelo menos no que tange às regras gerais e formulas de um economês
popular, mas sim, promove uma descrição histórica do desenvolvimento de várias
nações, evidenciando seu sucesso e o ocaso de seu progresso,
Acompanhando o raciocínio do
autor, que visitou a Inglaterra e a descreveu desde o período anterior à
Revolução Industrial; que acompanhou o sucesso ibérico do século XVI, da Índia,
da Holanda, da França, da Rússia, da Alemanha, do Japão, da China e dos Estados
Unidos em períodos posteriores, pudemos identificar um certo padrão no
desenvolvimento e sucesso, assim como, igual padrão do fracasso da mantença da
liderança conquistada.
Basicamente, o sucesso foi
alcançado, quando as nações introduziram uma abertura de seus mercados aos
produtos estrangeiros, realizada direta e proporcionalmente à sua capacidade de
absorver novas tecnologias, dominá-las, de melhorá-las e de inverter o
processo, passando de importadora à exportadora.
Igualmente, o sucesso
comercial destas nações esteve diretamente ligado à exploração de seu potencial
agrícola, energético e de suas reservas minerais, no máximo possível, sem
perder de vista a finitude destes insumos, frente às novas tecnologias e
demandas mundiais.
Isto implica dizer que, a
exploração e a majoração de preços das matérias primas raras, como o nióbio,
por exemplo, ou das que se mantém quase um monopólio, até acima do máximo,
implica em produzir reservas econômicas que serão úteis no custeio dos
investimentos em infraestrutura.
Aliada a esta abertura, as
nações que conseguiram o êxito nesta empreitada, foram aquelas que promoveram
uma gigantesca reforma educacional, valendo-se inclusive da contratação maciça de
mão de obra qualificada, mestres e doutores, vindos do exterior.
Juntamente com a formação
profissional, igual esforço para desenvolver na população um sentimento
nativista, pautado na Ética, com E maiúsculo, e na virtude da república
democrática de Rousseau (amor à pátria e à igualdade), onde a corrupção fosse
minorada ao máximo e o desejo de sucesso fosse coletivizado.
Em todas elas, a parceria
pública privada, principalmente na infraestrutura para produção de energia,
para a instalação de malha ferroviária, hidroviária ou portuária, inclusive
para a produção nacional de trens e de navios, mostrou-se muito mais eficaz.
A indústria de base não é
chamada de base apenas por retórica.
Paralelamente tiveram sucesso as
nações que conseguiram ou sofreram derrotas as que não, todas aquelas que
alcançaram eliminar das relações laborais, as práticas corporativistas, de
formação de castas, de concessão de privilégios e, principalmente da eliminação
da concessão de estabilidade no emprego público.
Tiveram sucesso as nações em
que os sindicatos passaram a ser parceiros da indústria, cobrando delas melhorias
nas condições de trabalho, salários compatíveis com as possibilidades do
mercado e auxiliando-as na reciclagem e capacitação dos associados.
Tiveram sucesso as nações em
que o sistema financeiro privilegiou a produção tanto quanto a simples
especulação.
Por outro lado, historicamente,
fracassaram todas as nações que, tendo alcançado uma posição de destaque econômico
no cenário mundial, permitiram-se sofrer do mal da soberba, da acomodação para usufruto
das riquezas alcançadas.
Fracassaram todas aquelas que
não conseguiram manter sua juventude interessada e comprometida com o futuro nação,
e dizer, todas aquelas em que os governos e a sociedade em geral, não conseguiu
acompanhar a ascensão dos desejos descritos pela pirâmide de Maslow.
Por paradoxal que possa
parecer, num mercado livre e aberto, fracassaram todas as nações que não
construíram aparato militar capaz de assegurar sua soberania.
Isto implica em afirmar, sem
meio termo, inclusive, no uso da energia atômica.
Fracassaram todas aquelas que
não cuidaram de sua biodiversidade, como negócios de Estado, deixando-se
invadir por filantropos mal intencionados.
Em suma, alcançaram êxito todas
as nações em que as políticas públicas e estratégias de governo tiveram alcance
maior, em termos de planejamento e de tempo; aquelas em que as regras estabelecidas
foram cumpridas; aquelas onde o judiciário, eleito, servia ao coletivo e não à
uma classe corporativizada.
Perderam todas aquelas que, de
modo xenofóbico, se acharam superiores, donas da verdade, escolhidas por Deus
ou imunes aos interesses, nem sempre éticos, das outras nações.
Professor Orosco
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