No processo de desenvolvimento da humanidade, desde muito
cedo, os homens aprenderam ou foram obrigados a desenvolver conceitos abstratos
para tentar explicar o mundo em que viviam.
Valeram-se de mitos e crenças num primeiro momento.
Posteriormente desenvolveram o conceito de espaço, que é
inexistente, uma vez que só conseguimos medir coisas no espaço, e não o próprio
espaço.
Desenvolveram o conceito de tempo, uma criação humana,
que nos permite sequenciar eventos.
Do tempo natural (dia e noite); do tempo social (hora de
plantar e hora de colher, hora de festejar); do tempo matemático (Galileu) que
permitiu definir a velocidade (V=E/t); do tempo tecnológico, chegando ao tempo
relativo (Einstein) que corre de forma diferente, segundo a velocidade e a
posição do observador.
Desenvolveram o conceito de substância (Aristóteles) e
das categorias (qualidade, quantidade, relação, posição, efeito, etc.).
Desenvolveram o conceito de Deus, criador do universo e
das coisas que ele contém.
Ordenador do Caos, da expansão e da retração, do Big Bang
ou do Big Crunch.
Desenvolveram o conceito de bom e de mau; do belo e do
feio; da verdade e da falsidade; da virtude e do vício, do certo e do errado, além
de outros, todos destinados a nos auxiliar na compreensão deste mundo em que
vivemos.
Desenvolveram o conceito do próprio conceito, da razão
absoluta (Hegel), da lógica que não tem consciência de si, só em si, que através
e pela história adquire a consciência de si, transformando-se em para si, que
se traduz no conceito e no fim da história.
Desenvolveram tantos conceitos, tantas abstrações que,
como na Internet, onde ficam conectados a milhares de amigos nas redes
virtuais, abstratas, se veem perdidos neste emaranhado de coisas, quase todas
sem sentido real.
Coisas estas que se nos apresentam como aquele presente,
o Cavalo de Troia, que traz no seu interior um exército de frustrações, de
decepções, de angústias, impossibilitando-nos de olhar o nascer do Sol, de
sentir, por sentir, a brisa suave e úmida do amanhecer, de ouvir o melodioso
canto de um pássaro ao longe.
É para pensar...
Professor Orosco
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